quarta-feira, janeiro 28

A Sandália de prata


Ok, admito: gente que trabalha com moda fica um pouco chato, sem paciência para gafes. Pensamos "meu Deus, com tanta informação, como essa pessoa tá de calça semibaggy???" (se bem que tá voltando, vai saber...)

Mas em nossa defesa eu digo, muitas vezes se torna praticamente impossível dissociar a imagem de uma pessoa da maneira como ela se veste. Dá pra dizer muito de sua personalidade, á julgar pela escolha da vestimenta. Oscar Wild disse "Só os tolos não julgam pelas aparências". Não quero ser tão radical, mas há sim, um tanto de verdade nisso. Vc consegue dizer pela roupa por exemplo, se o cara é gay ou hetero. Se é executiva de verdade ou recepcionista, se a moça é solteira, tem mais de trinta e está desesperada.

E consegue dizer também, se é do povo.

Sim, do povo. Brasileiro. Pelo jeito de vestir, de falar, pelos cabelos enrolados, e pelas roupa e sandálias também. Dito isto, vamos em frente...


Aceitei (pasme!) há uns dias atrás, o convite inusitado para ir ao ensaio da gaviões, na quadra da escola, na zona norte de São Paulo.


O que vi lá, foi uma das coisas mais bonitas que existem: gente, MUITA gente, feliz. E os vestidos curtos, os decotes exagerados, os brilhos desmedidos, as anabelas altéeeeerrimas, diziam isso. Cabelos enfeitados, mulheres confiantes, sambando em suas plataformas douradas me diziam isso. De certo que ninguém mais ali sabia quem é Miuccia Prada, ou quem foi Saint Laurent, mas sabem, que pra sambar, NÃO É QUALQUER ROUPA. Pra pisar na avenida, tem que ter classe, brilho, sensualidade - que juro, tem que ser nata. Tem que saber andar de salto. Tem que se montar no make!


Tem que ver, uma gente que parece esquecer de tudo que é problema, quando o assunto é carnaval. Não tem nada á ver com tendências ditadas, programadas pelas fashion weeks, é autêntico, genuíno. E contagia, viu! Faz querer aposentar a sapatilha, só por um instante, e se jogar no saltão!

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